Colo de mãe

Coisas estranhas acontecem em todo ambiente de trabalho. Basta apenas que percebamos um pouco mais e questionemos algumas situações que aparentemente são normais. Mas, o que será normal em um ambiente de trabalho? O normal talvez seja tudo aquilo que rotineiramente acontece sem mesmo nos questionarmos ou sermos tomado de surpresa. Mesmo que o normal seja uma situação onde funcionários são expostos a situações constrangedoras ou coisas parecidas, mas se acontece diariamente, o fato de se repetir torna o que seria impensável natural, comum. Funcionários trabalhando de graça? Uma doença. Mas se já acontece há algum tempo, é normal.
Funcionários sem qualquer tipo de contrato, sem direito a férias, décimo terceiro...? Doença? Depende. Há muito tempo acontece? Se sim, não é diagnosticada qualquer tipo de anomalia. É normal. E de normal em normal, tudo que seria estranho, diferente, inaceitável, vai tornando-se práticas cada vez mais rotineiras, permitidas e inofensivas. Pois bem, empresas assim existem e o que mais instiga é a permissividade do corpo funcional em se permitir em tal situação e não apresentar qualquer tipo de rejeição às práticas organizacionais. A doença não estaria na própria empresa, na sua política e em suas ações ilegais, mesmo que legítimas internamente. A doença estaria na relação maternal que se instalou na cultura da empresa onde, muito mais que um ambiente de trabalho, aquele espaço torna-se extensão de suas casas para muitos que ali trabalham. Um espaço que os acolhem, que os aceitam, mesmo com todos seus erros, defeitos e principalmente, suas diferenças. Empresas como estas se apresentam como verdadeiras mães, onde seus filhos se amontoam por todos os cantos, mesmo que apenas quatro cantos existam no metro quadrado da casa. E assim, com uma política maternal, familiar, todos se sentem filhos aceitos e alimentados mesmo que o pirão seja pouco ou quase nenhum.
O diagnóstico seria a dependência psicológica destes filhos à diversidade do ambiente de trabalho, diversidade esta retratada em um ambiente onde brancos e negros deficientes ou não, homossexual ou heterossexual, todos juntos são aceitos no mesmo espaço e submetidos sem preconceitos a mesma política da empresa madrasta: vêm cá que te dou colo, aceito sua diferença, te conto estorinhas e te ponho pra dormir. E o peito, mãe? Perguntaria um filho questionador. O leite é meu filhinho. Peito não. Aqui, somente o colo.

Alan Victor de Azevedo Abreu
Bacharel em Relações Públicas, Especialista em Relações Públicas, MBA em Comunicação Empresarial e Marketing, aluno especial programa de mestrado e doutorado em Educação, Radialista. Twitter: @azevedoabreu


 
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Estudar não é para todos

Como professor, conheço de perto as dificuldades de alunos ao ingressarem no ensino superior. O que antes era sonho passa a ser uma realidade em grande parte secundária diante de outras responsabilidades que não o compromisso pessoal em aprender. O verbo estudar é compreendido e substituído por pagar e a política do pagou-passou é enraizada por cada vez mais clientes e, não estudantes, que, sabe-se Deus, fazem nas cadeiras universitárias. Hoje, com os avanços da tecnologia, passa-se a exigir e a condicionar o aprendizado a confortáveis ambientes como quem senta na praça de alimentação de um shopping para um bate-papo. Alunos exigem e discutem não mais conteúdos e sim o ar refrigerado da sala, a lousa eletrônica e tudo que possa fazer com que eles se sintam em qualquer lugar menos um ambiente de aprendizado. Muitos reclamam da dinâmica das aulas, pois são tomados pelo sono e desinteresse e exigem dos professores não uma aula, uma discussão onde o pensar seja o objetivo principal; eles querem uma aula-show, um espetáculo montado a cada encontro onde nós professores sejamos animadores de plateia deixando para segundo plano a essência do porque não estão em um parque de diversão e sim em um centro de estudos. Que fique claro, estudar não é brincadeira e consequentemente, não é para todos.

Alan Victor de Azevedo Abreu
Bacharel em Relações Públicas, Especialista em Relações Públicas, MBA em Comunicação Empresarial e Marketing, aluno especial programa de mestrado e doutorado em Educação, Radialista.


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Graduação pra dar, emprestar e vender.

Hoje são tantas possibilidades de ingresso no ensino superior que certamente ter o terceiro grau não é mais um diferencial de mercado; é uma simples exigência como uma carteira de habilitação. Não ter uma formação universitária é a certeza de exclusão em muitas oportunidades e desculpa para não tê-la também não mais satisfaz os recrutadores. O mercado está recheado de centros universitários, faculdades, universidades e institutos pra todos os gostos, bolsos e horários. Tem curso pela manhã, tarde, noite e em São Paulo já tem futuros diplomados estudando pela madrugada. Os preços variam a depender da possibilidade do cliente; tem por menos de cem reais a mais de mil, isso apenas a mensalidade. Você pode estudar a distância, em casa, on line sob o conceito presencial, semipresencial ou mesmo sem presença alguma. Temos cursos de quatro, cinco anos, mas hoje já não há quem queira estudar tanto e para essa galera tem cursos de dois e até menos para se realizar o sonho do ensino superior. Como vemos, quantidade não justifica a falta de um título de graduação, por isso é na qualidade, cada vez mais ausente nas escolas de ensino superior, que os recrutadores buscam os melhores profissionais para suas empresas, e se essa qualidade não passa necessariamente por uma cadeira universitária. No mercado onde graduação se dá, empresta e vende, cabe a seguinte reflexão: o que você faz pela sua carreira¿ Ou você ainda acha que a graduação superior já é o suficiente¿

Alan Victor de Azevedo Abreu
Bacharel em Relações Públicas, Especialista em Relações Públicas, MBA em Comunicação Empresarial e Marketing, aluno especial programa de mestrado e doutorado em Educação, Radialista.
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Cartão pessoal: planeje o seu.

O milheiro do cartão custa em média cinqüenta reais. Nada mal, mas você já parou para pensar o que é um cartão desses, qual conteúdo e para quem entregar¿ Parece algo sem importância, mas esta percepção se deve talvez pela falta de retorno que você tenha ao lançar mão desta ferramenta de comunicação. Assim como uma agência de propaganda planeja um anúncio em uma revista, um spot para anunciar em uma rádio ou um outdoor temos que estar atentos para a maneira como iremos nos apresentar no mercado. Primeiro passo: em um cartão pessoal precisa constar seu nome mais sobrenome, pois Alan, João, Pedro existem muitos e o que faz com que sejamos lembrados é o sobrenome, assim como em uma livraria. Faça o teste: visite uma livraria e peça um livro do autor Jorge, certamente o vendedor irá questionar se é o Amado, sobrenome do nosso saudoso Jorge Amado. Segundo passo é informar quem você é, qual serviço você presta: Advogado Trabalhista, Diarista, Segurança do Trabalho. Não esqueça de que estamos tratando de um cartão e não do seu currículo. Terceiro ponto, não há necessidade de endereço, apenas telefones de contatos e seu email. Caso tenha site, blog ou qualquer outro tipo de página online que complemente e tenha a ver com o serviço que você presta, adicione. Quarta dica: não é para todo mundo que você irá entregar o seu cartão, apenas para aquelas pessoas com que você tem interesse de ter uma relação comercial e que julgue como uma possível oportunidade de negócios. Não esqueça: carta pessoal não é panfleto de semáforo. Quinta dica: use um porta-cartão; o preço é de no máximo R$7,00. A última dica é o bom senso: no máximo três cores e mesmo assim que juntas criem uma sintonia com o que você faz: pense em um profissional da área de saúde com um cartão de fundo vermelho, logo sua imagem estaria relacionada com sangue, ferimento, nada saudável e salutar. Para estes profissionais a dica seria uma cor mais neutra, cor branca talvez seja a mais indicada para quem precisa transmitir conceitos como saúde, serenidade, confiança e paz.

Alan Victor de Azevedo Abreu
Bacharel em Relações Públicas, Especialista em Relações Públicas, MBA em Comunicação Empresarial e Marketing, aluno especial programa de mestrado e doutorado em Educação, Radialista.

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Ambiente de trabalho: quantos Espeditos você tem¿

Na minha estréia no blog do meu querido amigo Espedito, não poderia deixar de primeiramente agradecer pelo convite em poder fazer parte desta iniciativa próspera e que já se fazia necessária há muito. Espedito é uma daquelas pessoas especiais que raramente conhecemos, muito falamos e sempre lembramos. Tive a oportunidade de conhecê-lo quando assumir a produção executiva da Rádio Sociedade da Bahia e quando de lá sair constatei que tê-lo conhecido foi o que de melhor produzir pra mim mesmo dentro da emissora. Conheci Magrini em um ambiente de trabalho e desde já faço a você um desafio: pense em um colega de trabalho que você se orgulha. Pense em um colega de trabalho que você após se desligar da empresa gostaria muito de levar como quem carrega consigo um objeto próprio e de grande valia. Pense em um colega que você indicaria na nova empresa que fosse trabalhar. Certamente, esteja pensando e tendo dificuldades para dizer um nome. Pois é. Não é fácil e não haveria de ser, pois normalmente fazemos do ambiente de trabalho um campo de batalha e lisonjear um colega pode ser o início da nossa própria derrocada. Faço este desafio apenas para constatar que nós mesmos fazemos do nosso ambiente de trabalho um campo de batalha e, por conseguinte levamos para a empresa todos os sentimentos mesquinhos e danosos que um campo de batalha pode fazer nutrir em um funcionário - combatente. O modo como enxergamos e sentimos o ambiente onde trabalhamos é o que faz ser este ambiente; sinta-se em combate que todos serão seus inimigos; sinta-se em um ambiente de transformação e auto-realização que amigos irão aflorar em sua volta. Agora, faço a você a mesma proposta que fiz anteriormente: quantos “Espeditos” você tem em sua volta ¿ Eu felizmente tive um. Descubra o seu.

Alan Victor de Azevedo Abreu
Bacharel em Relações Públicas, Especialista em Relações Públicas, MBA em Comunicação Empresarial e Marketing, aluno especial programa de mestrado e doutorado em Educação, Radialista. Amigo de Espedito.
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